Na celebração dos 20 anos da Unicamp de Portas Abertas, o Instituto de Economia recebeu visitantes em um dia de perguntas, trocas e escolhas sobre o futuro.
Nas salas, corredores e no Auditório Zeferino Vaz, os rostos revelavam tensão, curiosidade e alegria. Estudantes do ensino médio se acomodavam no auditório, atentos às apresentações e às explicações dos professores e alunos do Instituto de Economia. Em cada expressão era possível perceber a mistura de ansiedade e encantamento diante da possibilidade de estarem pisando no espaço em que, em breve, poderão viver anos decisivos de suas vidas. Ali, no contato direto com a comunidade acadêmica, condensava-se a experiência de uma universidade pública aberta, vibrante e disposta a acolher.
No sábado, 23 de agosto, a Unicamp realizou a 20ª edição da Unicamp de Portas Abertas (UPA). Mais de 45 mil pessoas passaram pelo campus em Campinas para conhecer de perto a universidade, em um dia que combinou atividades culturais, visitas e palestras. No IE, a programação mobilizou docentes, estudantes e funcionários para receber o público em três palestras centrais, apresentadas no Auditório Zeferino Vaz e replicadas em salas do pavilhão de graduação, tamanho o interesse dos visitantes.
A primeira delas, “O Curso de Economia do IE”, foi apresentada pelo professor Giuliano Contento de Oliveira, coordenador de graduação, e pelo diretor Célio Hiratuka. A sessão mostrou a estrutura do curso e abriu espaço para que os visitantes perguntassem sobre os rumos da formação. Entre as questões mais comuns, estavam dúvidas sobre a ênfase em cálculos, a possibilidade de atuação em políticas públicas e a amplitude da carreira para além do setor financeiro. As respostas procuraram esclarecer equívocos recorrentes e reforçar que a Economia, como ciência social aplicada, oferece múltiplos caminhos profissionais.
Na sequência, o professor Antonio Carlos Diegues conduziu a palestra “A Profissão do Economista”. Perguntas sobre mercado de trabalho, atuação em empresas e órgãos públicos dominaram a conversa. O professor destacou que a carreira vai muito além do setor financeiro, alcançando políticas públicas, pesquisa e atividades ligadas a problemas sociais e ambientais.
A terceira palestra, “Economia e Meio Ambiente no Século XXI”, foi apresentada pela professora Mariana Reis Maria. Ela tratou das fronteiras planetárias e dos dilemas da transição energética, aproximando o tema do cotidiano dos visitantes. Muitos perguntaram se é possível conciliar desenvolvimento e preservação ambiental. Mariana lembrou que esteve na UPA ainda como aluna do ensino médio e que aquela visita foi decisiva para escolher cursar Economia. Ao responder às perguntas, destacou que a graduação na Unicamp expõe os estudantes a debates atuais e de grande complexidade.
Durante todo o dia, o Instituto foi palco de uma troca intensa entre estudantes, professores e visitantes. O movimento nos corredores refletia a curiosidade de quem queria conhecer mais sobre a universidade. Para alguns, a experiência confirmou escolhas já amadurecidas; para outros, abriu novas perspectivas. Em comum, a sensação de estar diante de uma universidade pública de portas abertas.
O diretor do IE, professor Célio Hiratuka, avaliou o papel desse encontro:
“A UPA é um momento importante para o Instituto porque nos permite mostrar a universidade em sua dimensão mais ampla. Não se trata apenas de apresentar o curso de Economia, mas de abrir espaço para que os jovens percebam como a formação universitária dialoga com os grandes desafios do país. É também uma oportunidade de sanar dúvidas, esclarecer as múltiplas dimensões da vida profissional do economista e ouvir as expectativas de quem está se preparando para dar um passo importante na vida. Procuramos reforçar que a escolha de um curso não deve ser feita apenas pela perspectiva da remuneração, mas pela afinidade e pelo interesse genuíno dos estudantes. Acreditamos que é assim que a trajetória acadêmica ganha sentido e se transforma em um caminho de realização pessoal, sem perder de vista o compromisso com a sociedade em geral.”
A professora Mariana Reis Maria também enfatizou a importância da interação:
“O que mais me marcou foi a curiosidade genuína dos estudantes. As perguntas não se limitaram a detalhes do curso, mas tocaram em temas de grande relevância, como os desafios de lidar com a questão ambiental e como o modelo econômico está na origem dessa problemática, ao mesmo tempo que repensá-lo faz parte da construção das soluções. Os alunos estavam muito interessados em saber também como o curso de economia pode auxiliá-los a pensar esses desafios e quais são as particularidades do instituto na construção do pensamento aliado aos dilemas do século XXI. Pude compartilhar um pouco da minha própria experiência e mostrar que estar na Unicamp é viver um ambiente plural, com visões distintas de mundo, mas tendo em comum um espaço fértil para contribuir para o desenvolvimento da sociedade.”
A UPA no IE mostrou o sentido da universidade pública como espaço de acolhimento. Entre perguntas e respostas, cada conversa abriu caminhos e ajudou futuros alunos a imaginar o que pode ser sua própria trajetória acadêmica.
Veja todas as fotos do evento no IE: https://www.flickr.com/photos/ieunicamp/albums/72177720328608283/
Assista a cada uma das mesas na playlist: https://www.youtube.com/playlist?list=PLHK-p1PtwCjyRSlDaMaghULQ0Q7Bv65cv
