Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), lança o projeto “Por Trás do Aplicativo”, uma série de cinco vídeos que denunciam as péssimas condições de trabalho dos trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo a partir dos depoimentos de entregadores que atuam em São Paulo e Fortaleza. Escreve o MPT: 

Imagine trabalhar para uma empresa e sofrer um acidente durante o expediente, no exercício das atividades, e não receber qualquer apoio. Precisar se ausentar, para um tratamento médico, sem ter uma renda mínima garantida durante esse período. Como você estaria? Como faria com o aluguel e as despesas da família?

Pense em como seria trabalhar exaustivamente, na rua, sem acesso a banheiro, água potável, local para descanso ou refeição. Correr o risco de contaminação no trabalho, sem receber qualquer tipo de equipamento de proteção, treinamento ou assistência. Já imaginou trabalhar e não saber quanto vai ganhar no fim do mês?

É assim que vivem os trabalhadores de Apps: apenas deveres. Sem direitos.

Para a maioria deles, o trabalho por meio de aplicativo não é uma escolha. Mas uma condição de subsistência, decorrente do desemprego estrutural. Um processo de precarização do trabalho que se agrava em meio à pandemia."

No quarto vídeo da série, os profissionais entrevistados confirmam a conclusão da pesquisa feita pela Rede de Estudos e Monitoramento da Reforma Trabalhista (Remir Trabalho): a redução da remuneração, associada ao aumento do risco de contágio por Covid-19, intensifica a condição precária desses trabalhadores .

Dos 252 entregadores ouvidos, 89,7% declarou ganhos iguais ou menores, comparando o período da pandemia ao momento anterior .

A pesquisa avaliou pessoas de 26 cidades brasileiras, entre os dias 13 e 20 de abril, por meio de um questionário on-line.

 

 

 

 

 

O link para o primeiro vídeo da série pode ser conferido aqui.