MÍDIA

 

O professor Marcelo Weishaupt Proni, do Instituto de Economia da Unicamp, afirmou ao Correio Popular que a adoção da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) representa atualmente a melhor alternativa para Guarani e Ponte Preta recuperarem protagonismo no cenário nacional. Autor de A Metamorfose do Futebol (2000) e pesquisador na área, Proni ressalta que a forma de gestão empresarial exige cautela: “a maior resistência [...] deve-se ao medo do que pode acontecer quando um grupo econômico se torna ‘dono’ do time”, pondera.

A decisão por uma SAF costuma ocorrer em momentos de crise financeiro-administrativa, quando a estrutura tradicional já não permite investimentos relevantes. Apesar disso, a identidade do clube precisa ser preservada — o modelo deve trazer mais do que uma simples quitação de dívidas .

No caso específico de Guarani e Ponte Preta, Proni acredita que ambos têm mercado e potencial para se tornarem empresas rentáveis — “a melhor solução para retomar o protagonismo que esses clubes já tiveram no cenário nacional”.

Entretanto, alerta: sem um investidor de porte significativo, a simples transformação em SAF não será suficiente, como exemplifica o Botafogo-SP — que, mesmo sem sofrer queda, não voltou a brilhar.

Questionado sobre a possibilidade de “espanholização” do futebol brasileiro — concentração de poder e receitas em poucos clubes –, o professor aclassifica como improvável. Embora reconheça tendência crescente de desigualdade, aponta que um mecanismo mais justo na distribuição dos direitos de transmissão poderia equilibrar o jogo.

 

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