Seis alunos do Instituto de Economia integraram a edição de 2025 do Programa de Estudios sobre Políticas del Desarrollo, promovido pela CEPAL em Santiago do Chile.

 

Por Davi Carvalho

 

Durante o mês de julho, seis estudantes do Instituto de Economia da Unicamp participaram do Programa de Estudios sobre Políticas del Desarrollo para América Latina y el Caribe, realizado na sede da CEPAL em Santiago do Chile. Promovido pela Escola Latinoamericana de Estudios del Desarrollo (ELADES), o curso recebe anualmente cerca de 50 jovens de diversos países, escolhidos entre centenas de candidatos em um processo seletivo altamente competitivo. Representando o IE-Unicamp estiveram Juliana Meira, Joyce Lima Matos, Gilvan de Jesus Souza, Wellington Rodrigues da Silva, Stéphani Cetimia Mariotti Ruiz e Guilherme Mascaretti Proença.

O programa se consolidou como um espaço de referência para a formação de jovens pesquisadores em temas de desenvolvimento. Estruturado em seis módulos, percorre desde a introdução ao conceito de desenvolvimento integral até as dimensões humana, social, econômica, política e sustentável. Em 72 horas de aulas presenciais, os participantes assistiram a exposições teóricas, revisaram evidências empíricas e analisaram políticas públicas adotadas nos países da região, sempre com a orientação de professores da CEPAL e de especialistas convidados.

Para os estudantes do Instituto de Economia, a participação significou tanto um exercício acadêmico quanto uma oportunidade de contato com realidades distintas. As discussões sobre emprego, inovação, gênero, coesão social, transição energética e biodiversidade ofereceram novas perspectivas sobre problemas comuns aos países da América Latina e Caribe.

Foi nesse sentido que Juliana Meira destacou o valor do intercâmbio internacional: “O meu contato com outros estudantes e pesquisadores da América Latina e Caribe foi extremamente enriquecedor. A literatura fornece um bom panorama sobre o que acontece em cada país, mas poder ouvir diretamente dos colegas foi extremamente relevante. Enquanto pesquisadora vinda do Brasil, pude olhar para a realidade do meu próprio país em comparação com o que tem acontecido em outros países da região a partir dos relatos dos meus colegas.”

Ela também ressaltou os aprendizados trazidos pela experiência: “O programa me forneceu subsídios teóricos para discutir uma ideia que há muito me instiga, a de que o desenvolvimento dos países depende de que atuemos conjuntamente enquanto região. Ademais, pude reforçar um entendimento que carrego desde a graduação no Instituto de Economia da Unicamp, o de que o desenvolvimento precisa ser pensado de forma integral e em todas as suas dimensões.”

A dimensão acadêmica esteve igualmente presente na experiência de Stéphani Cetimia Mariotti Ruiz, doutoranda no IE-Unicamp. Sua pesquisa sobre transição energética e bioeconomia encontrou ressonância imediata nas discussões realizadas em Santiago: “A cada discussão, fica ainda mais clara a urgência de avançarmos em um modelo de desenvolvimento que seja, ao mesmo tempo, econômico, social e ambientalmente sustentável. Esse é justamente o eixo da minha pesquisa, que busca compreender como acelerar a transição energética via promoção da bioeconomia.”

Para ela, a vivência internacional ampliou horizontes de forma decisiva: “Conviver em um ambiente em que especialistas de diferentes áreas discutem os rumos do desenvolvimento da região me fez perceber a importância de integrar olhares diversos para compreender realidades complexas. Esse contato direto com debates multidisciplinares ampliou a minha visão, trazendo uma perspectiva mais completa para a tese e para futuras pesquisas. Além disso, viver em Santiago e estar próxima da rotina da instituição foi uma oportunidade única de crescimento, que certamente levarei comigo para além da vida acadêmica.”

A presença de seis estudantes do Instituto no programa é também um reflexo da inserção internacional de sua pós-graduação. O perfil seletivo da iniciativa — que recebe postulantes de todo o mundo, mas aceita apenas uma fração — evidencia a qualidade da formação oferecida no instituto e a capacidade de seus alunos em se destacar em espaços de alta competitividade. Essa inserção reforça ainda a conexão entre debates locais e regionais, permitindo que temas pesquisados no Brasil sejam confrontados com realidades de outros países e que perspectivas comparativas alimentem a produção acadêmica desenvolvida em Campinas.