Ricardo Carneiro | Na Carta Capital

Os interesses da alta finança no Brasil, não é de hoje, conspiram contra o crédito direcionado e, mais precisamente, contra o BNDES. Sob o disfarce de argumentos fundados na racionalidade econômica e justiça distributiva, como o que atribui a alta taxa de juros básica ao crédito direcionado, ou o impacto fiscal nefasto dessa forma de crédito, propugnam o desmonte daquela que é uma das mais importantes instituições econômicas brasileiras. O começo desse processo é a instituição de uma taxa de juros de longo prazo, a TLP, equivalente à taxa de juros de títulos públicos de cinco anos, a NTN-B, como taxa referencial dos empréstimos, em substituição à TJLP.

Para realizar esta mudança, dadas as suas implicações para o financiamento do investimento no Brasil, pois o BNDES respondeu nos últimos anos por cerca de 50% de todas as fontes domésticas de financiamento das empresas e famílias, o pressuposto maior seria que o mercado financeiro brasileiro possuísse uma taxa de juros compatível, i.e., em baixo patamar e com volatilidade limitada, podendo, portanto, servir de base para os financiamentos de longo prazo. A realidade, todavia, mostra o contrário: taxas básicas não só elevadíssimas como voláteis, atributos exacerbados nos prazos mais longos.

A pergunta que não quer calar é a seguinte: porque ao invés de se meter numa aventura de resultados duvidosos, não se dedicam a construir a condição necessária para o financiamento privado de longo prazo poder de fato se expandir no Brasil, isto é, uma taxa de juros básica baixa e pouco volátil?

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